Como vê a atual situação em Israel depois dos ataques contra judeus e palestinianos em Jerusalém, Cisjordânia e Gaza?.É um sintoma de problemas entre judeus e palestinianos que são muito antigos e têm que ver com o direito à posse da terra. Para os judeus, o direito a esses 25 000 km2 tem origem na Bíblia, há mais de 3300 anos. Para os palestinianos, na posse muçulmana dos mesmos durante o Império Otomano, posse que durou 500 anos e acabou com a chegada dos britânicos após a I Primeira Guerra Mundial. Com o passar do tempo, os judeus formaram as suas próprias forças de defesa e em 1948 fizeram frente a sete Estados Árabes que se opunham à decisão das Nações Unidas de dividir o território em dois Estados - um árabe e um judeu. Essa decisão não foi aceite pelos países árabes que queriam a totalidade do território e ao perderem a guerra formou-se o Estado de Israel. Desde então e até 1973 tem havido hostilidades entre os Estados árabes e Israel (1956, 1967, 1973). O Movimento Palestino (fundado em 1963 pelos Estados Árabes reunidos em Alexandria, continuou a luta por outros meios que não eram os próprios de um Estado de direito com exército regular, bombas contra centros civis, ataques a tiro contra população civil, etc. Mas o principal objetivo era a deslegitimação do Estado de Israel, estabelecendo uma alternativa à propriedade do território. Em Oslo pareceu que se chegava a um entendimento mas não foi o caso. Os ataques atuais são uma continuação de uma situação, que tem tido altos e baixos nos últimos 25 anos, desde a primeira intifada em 1981, à segunda em 2001..Israel está a preparar outra ação militar contra Gaza?.Não, mas também não precisa de muitas preparações. Se houver novo lançamento de rockets a partir da Faixa de Gaza, não é de excluir uma nova operação..Estamos perante o início da terceira Intifada?.Não. O interesse comum é a convivência pacífica e é o que irá prevalecer..Ainda é possível um processo de paz israelo-palestiniano?.A resposta deve ser: Possível? Sim. Provável? Não..Leia mais na edição impressa ou no epaper do DN